Coworkings:
quando o ambiente estimula o trabalho
Sustentáveis, criativos, coloridos. Cada espaço de trabalho coletivo investe na personalização para inserir quem vai usá-lo no conceito do compartilhamento.
Por Rafael Paranhos
Eles são coloridos, cheios de estilo e vão além do clássico espaço de trabalho. A diversidade dos escritórios compartilhados, onde profissionais de várias empresas dividem o mesmo ambiente físico é, talvez, o maior trunfo dos coworkings. O modelo aposta sobretudo na praticidade e economia, mas se destaca por oferecer um espaço mais aconchegante e uma arquitetura caprichada, atendendo à necessidade dos mais variados perfis. Seja dos que procuram um ambiente mais moderno e sofisticada ou que apostem na sustentabilidade. O importante mesmo é criar laços apertados pela criatividade. O número de escritórios coletivos vem crescendo numa linha horizontal, elevando a quantidade de clientes cadastrados atraídos pelas possibilidade de inovação, estímulo à criatividade e geração de novas oportunidades. No mesmo ambiente de trabalho, é tudo junto e misturado. Mas cada um no seu quadrado. Do pequeno ao médio negócio. E do descolado ao mais formal. São advogados, arquitetos, jornalistas, professores, entre outros. Mais de dez mil especialistas no País multiplicam ideias e somam experiências. Tudo isso nos mais de 380 espaços ativos no Brasil, segundo o Censo Coworking Brasil 2016 - e no Recife não é diferente. Conheça alguns dos destaques:
WORKSPOT
O Workspot aposta na paleta de cores marcantes para dar vida ao escritório. Com um conceito mais clean e modernista, pensando nos mais variados perfis empresariais, a marca transporta para a arquitetura as seis tonalidades presentes no logotipo. Cada ambiente, por exemplo, é batizado com o nome de uma cor - tudo para criar uma empatia e facilitar na hora de reservar determinado espaço.

Com 247 metros quadrados, a empresa que fica no bairro dos Aflitos, na Zona Norte do Recife, foi planejada para criar vibrações diversificadas em cada pessoa que entra no empreendimento. "O jardim, por exemplo, é o filtro do caos urbano para o profissional entrar mais tranquilo no local de trabalho", explica a arquiteta e proprietária do estabelecimento Manuella Lacerda.
A empresa dispõe de seis ambientes, sendo cinco salas de reunião com tamanhos e decorações diferentes, além do espaço coletivo do coworking. O arquiteto e também empresário André Castro e Silva diz que cada espaço foi pensado para atender o público mais exigente, desde o empreendedor mais descolado ao negócio mais sério. "Dentro do coworking há várias sensações: de um ambiente individual ou de uma equipe. Ou seja, ele pode ter a sensação de estar trabalhando sozinho ou no coletivo, interagindo com os demais colegas", conta.

Todos os espaços foram planejados ao mesmo tempo, sempre trabalhando a elegância como peça-chave. "A roxa, por exemplo, é uma sala mais formal. Nela, pensamos no mobiliário corporativo com móveis de aço inox, cadeiras com tecido e rodízio, além da mesa com tampo de vidro", detalhou Manuella. Durante a reunião, se for preciso, pode-se utilizar a iluminação amarela, criando uma luz de efeito. Já a vermelha foi trabalhada para o público mais descolado. "A sala é mais colorida para quebrar a formalidade. Também há mural de network, quadros com tons mais vibrantes e uma mesa redonda para indicar que todos são iguais", ressalta a empresária.



Workspot
Site: www.workspot.com.br
ECOWORK
Com uma filosofia voltada para a sustentabilidade, o Ecowork funciona em um dos lugares mais estratégicos de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Não é difícil encontrar o empreendimento. De longe, o prédio azul chama logo a atenção de quem passa pela avenida.

O Edifício Oceania, construído em 1952, ambientou toda a trama e as várias gravações do filme Aquarius, nome que batizou popularmente o prédio recentemente, ficando conhecido mundialmente por disputar alguns dos vários - e importantes - prêmios internacionais, como o Festival de Cannes, César e Prêmio Platino. Logo o casario se transformou em um dos pontos turístico da capital pernambucana.
No térreo, a empresa se destaca com uma estrutura arquitetada com materiais recicláveis. Dentro ou fora, a criatividade é o que chama mesmo a atenção. Seja na decoração, com a utilização de recursos naturais, ou no batismo das salas compartilhadas.

O Jardim Linneu, em referência ao nome do botânico Carlos Lineu, pode ser um respiro para quem gosta de estar em contato com a natureza. Nessa área, os móveis ecológicos dão charme ao ambiente rodeado de plantações. No mesmo espaço também está instalado o ecocontainer, onde pode funcionar até três pequenos escritórios para reuniões. "Quem for alugar o container pode também retirar as divisórias e transformar em uma única sala para aulas particulares, por exemplo, com capacidade de lotação para até oito pessoas", frisa o dono Rafael Vaismam.
Já na área interna, oito espaços dão vida à empresa, sendo quatro salas de reunião, dois pequenos escritórios, um espaço para café e uma recepção. Diferente dos últimos dois modelos, o Ecoworkg é mais voltado para pequenas e médias empresas, sem muito espaço para profissionais liberais. Por outro lado, a decoração é o ponto alto da marca. A partir da ilustração, feitas pelo grupo Mosca de Padaria, as salas foram batizadas com nomes especiais. "Quando observados cada detalhe, foi aí que os nomes foram surgindo. Agora as salas são chamadas de William Shakespeare, Pitágoras, Albert Einstein e Chales Darwin", destacou o empresário.






Ecowork
Site: www.ecoworkrecife.com
IMPACT HUB
Diferentemente dos modelos anteriores, que desenvolveram todo o projeto do zero, o administrador Luiz Neto apostou no filão de uma espécie de franquia internacional. A Impact Hub, uma rede global com atuação em mais de 75 cidades do mundo, conta com mais 220 mil membros ativos. No Recife, o empresário gerencia duas unidades: uma em Casa Forte, na Zona Norte, e outra na Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife.

Com uma arquitetura clássica, prezando pelo estilo mais conceitual e com diversidade de estilos no espaço interno, a Hub pernambucana aposta em prédios mais antigos. No empreendimento da Zona Norte, o modelo está estruturado em uma antiga casa colonial com 800 m². Já no Bairro do Recife, a marca funciona em um dos casarões restaurados, com 500 m², dividido em quatro andares. E detalhe: com vista para o mar.
O empresário diz que a instalação das unidades foi estratégica, já que esses bairros possuem edifícios enquadrados como patrimônios históricos e culturais. "Não necessariamente procuramos estruturas mais antigas, elas que nos procuram", destacou. Para ele, mesmo sendo difícil de reformar, os prédios históricos dão mais charme ao negócio. "A ideia é levar nossa identidade e conceito, mas sempre respeitando a arquitetura, história e a vocação do bairro em que nos instalamos", assegurou.






Por fora, a estética histórica dá charme à empresa. Já dentro, a ideia é que os ambientes proporcionem mais inspiração e criatividade entre os colaboradores. Os quatro andares do Bairro do Recife são compostos por salas de reunião, auditório e o ambiente do coworking. "Pensamos um espaço profissional mais informal, convidativo, aconchegante como o ambiente de casa, e funcional, colaborativo, co-criativo e sem barreiras para as pessoas se conectarem e se sentirem à vontade", detalhou Neto.

Impact Hub Recife
Site: www.impacthubrecife.com